quarta-feira, 17 de setembro de 2014

O primeiro.

Ás vezes acho que nunca perdoei meu primeiro namorado. Eu tinha 16 anos. Nos envolvemos quando o bullying tinha terminado mais mesmo assim eu ainda estava  fragilizida por ter vivido tudo aquilo. Eu me sentia feia, inadequada, inferior as outras garotas. Bebia muito para me soltar nas festas e assumir um personagem pois eu detestava ser eu mesma. O ambiente familiar que cresci era terrível para ajudar. Existia amor, porém havia muitas brigas também. Eu nunca me dei bem com minha mãe e meu pai era completamente ausente.
Me apeguei nesse namorado como alguém que esta se afogando se apegaria num pedaço de madeira. Depois de um tempo ele resolveu me assumir para todo mundo e achei que finalmente alguém me amaria do jeito que eu era. Antes dele os rapazes só ficavam comigo as escondidas então aquilo me levou para as nuvens. Eu era fascinada por ele.
Eu era muito apegada a ele, muito ciumenta. Achava que ele era meu salva vidas, meu protetor e era grata por ele ter me assumido.
Ele percebia que eu era insegura e se aproveitava disso para me pisar. Fez bem pro ego dele. Eu tinha ciúme das vizinhas, colegas de serviço, parentes, das minhas amigas. Se estava com ele numa festa e via uma mulher bonita logo pensava que ele se atrairia por ela.
Eu tinha ciúme até das famosas que apareciam na tv e ele elogiava. Sentia dores no estômago por causa disso. Era horrível , muito doloroso.
Após a segunda ou terceira traição (das que eu soube) terminei com ele. Parecia que tinham me arrancado um pedaço. Estava sozinha no mundo de novo, todos os meus sonhos, as promessas de casamento que ele havia feito, se tornaram pesadêlos. Ele se encheu de ego e disse que eu não conseguiria viver sem ele e que os homens só iriam me usar e jogar fora. Nunca esqueci essa frase e pior, acreditei nela.
Já amei outras pessoas muito mais do que amava ele mais como foi o primeiro me marcou de uma forma muito negativa. Passei a vida aceitando migalhas, me rebaixando, implorando amor e me apaixonando facilmente por qualquer um que me desse carinho. Sempre na esperança de mostrar pra ele que eu era sim capaz de despertar amor nos outros e de encontrar alguém melhor do que ele. Eu tinha 17 anos quando terminamos, estou com 31. Só agora que estou me tratando que estou um pouco melhor, que me respeito um pouco mais. Ainda não tenho a autoestima elevada ,como queria ter mais quando um homem tenta me humilhar como ele e os outros fizeram soa um alarme interno e saio fora. Anos depois eu pensei até em me matar após outra desilusão amorosa com um tipo bem parecido com ele. 
Aprendi a amar de uma forma doentia, obssessiva, como se eles fossem minha droga pesada. Isso me assusta pois são sentimentos que me levaram ao fundo do poço.
Mesmo assim eu acredito no amor mesmo após muito sofrimento, hoje as 31, ainda tenho esperança de experimentar um amor verdadeiro, regado a amizade, respeito e companheirismo. Quem sabe um dia...

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